Obesidade Infantil.

Atualmente a obesidade é entendida como uma doença crônica e um dos maiores problemas de saúde pública atingindo o nível de pandemia (OMS), alguns levantamentos apontam que 50% da população mundial até 2025 estará acima do peso, no Brasil 15% das crianças na faixa de 5 a 9 anos estão com sobrepeso ou obesidade, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nas últimas décadas as mudanças do estilo de vida, o sedentarismo, o aumento de consumo de alimentos hipercalóricos e industrializados tem contribuído em larga escala para a obesidade. O avanço das tecnologias como tablets e vídeo games corroboram com o isolamento social e com o sedentarismo, diminuindo a qualidade de vida propiciando o desenvolvimento de doenças físicas e psíquicas.

Portanto, podemos dizer que o comprometimento da obesidade na criança vai além dos fatores físicos, atingem aspectos sociais, emocionais e ambientais. O excesso de peso afeta diretamente em sua autoestima, geralmente a criança se isola por ser considerada mais lenta, menos capaz em participar de atividades que exijam maior mobilidade, sendo excluída das brincadeiras ou atividades físicas na escola, muitas vezes sofrendo bullying, agravando ainda mais a obesidade.

Distúrbios emocionais estão ligados à obesidade, o desenvolvimento de problemas psicológicos, como a ansiedade, sentimento de tristeza, irritabilidade, agressividade e mudanças de comportamentos, podem interferir na vida da criança, prejudicando seu rendimento escolar e seu relacionamento familiar, levando à depressão.

É necessário observar como a criança se vê, como ela percebe sua aparência física, sua imagem corporal é um componente importante, pois a distorção dessa imagem, a dificuldade de percepção do seu mundo interior, podem conduzir a sérios distúrbios alimentares na adolescência como a anorexia e a bulimia, quando a comida, as dietas, o corpo e o peso passam a ocupar um lugar central e único na sua vida.

Assim sendo, o psicólogo ou psicanalista tem um papel fundamental na elaboração e nas transformações psíquicas, é pertinente pensar em uma proposta de tratamento que considere não apenas a criança que manifesta o sintoma, mas também a participação dos pais nesse processo.

Em nossa experiência clínica, o tratamento da obesidade principalmente na infância e na adolescência deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar, o psiquiatra, psicólogo, nutricionista, o endocrinologista e o educador físico, é preciso oferecer programas que incluam dieta alimentar, acompanhamento médico, reeducação nutricional, exercícios físicos e psicoterapia.

Concluímos que um acompanhamento constante e sistemático, a médio e longo prazos, tenham efeitos duradouros em sua saúde física e mental.

Texto da psicóloga Mileny Zampah Violante.

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