Difícil encontrar alguém que não se preocupe com sua aparência e, para as mulheres principalmente, a preocupação com o peso e com o que se come é constante. Mas quando será que é preciso ligar o alerta porque há um problema alimentar? Por isso conversamos com a psicóloga pesquisadora em compulsão alimentar, Priscilla Leitner, para entender mais sobre o comer transtornado.
Segundo a profissional, é uma dificuldade alimentar e comportamental relacionada à comida, mas que não chega a se caracterizar como transtorno alimentar. “Uma das maiores características é pensar muito na alimentação e não conseguir dominar suas atitudes e pensamentos, mas em um nível mais leve do que quando há um transtorno”.
MAS ENTÃO, O QUE CARACTERIZA O COMER TRANSTORNADO?
Confira os sinais de que há um problema:
– Comer pouco mesmo estando com fome: Pessoa que come menos ou não come o suficiente para saciar a fome.
– Negar convites: Alguém que rejeita comida ou convites para eventos nos quais haverá muita comida, como aniversários, jantares em família e celebrações.
– Jejum irresponsável: Fazer jejuns por longos períodos, 24 horas/ 36 horas, sem orientação nutricional ou médica. Além disso, o jejum geralmente é para compensar algum exagero.
– Exercícios compensatórios: Se exercitar muito após um exagero, ou antes do exagero planejado. Isso também é um comportamento típico do comer transtornado.
– Beliscar para pular refeição: Fazer um lanchinho para tapear a fome e acabar pulando refeições ou não comendo.
– Come pouco, mas fica extremamente culpado por isso: Existe uma desproporção entre o sentimento de culpa e o que realmente se comeu. Às vezes a pessoa comeu algo normal, mas se sente muito culpado por isso.
– Acredita que outros estão julgando o que se está comendo: A pessoa pensa o tempo todo em comida, no que vai comer, quanto vai comer e pode também existir um pensamento um pouco paranoico quando acha que as pessoas ao redor estão julgando o que está comendo.
– Momentos compulsivos: Alguém que tenha atos compulsivos, cometa exageros, mas não o suficiente para caracterizar um transtorno. Também pode haver compensação com laxantes ou vômitos.
Texto da Psicóloga Priscilla Leitner, publicado na Revista Viver em 13 de Novembro de 2017.