Ansiedade e Alimentação

Suar, tremer, gaguejar são algumas sensações que acontecem e não há nada iminente, mas você parece esperar por algo que irá suceder. Nenhum resultado a ser conhecido, porém você não se contém, é como se existisse a possibilidade de acontecer diversas coisas importantes. O dia a dia imprime um sentido de espera, de agitação interior, de grande expectativa, a tradução deste estado tem nome: Ansiedade.

A ansiedade é uma emoção normal do ser humano, comum ao se enfrentar algum problema no trabalho, antes de uma prova ou diante de decisões difíceis do dia a dia. No entanto, a ansiedade excessiva pode se tornar uma doença, ou melhor, um distúrbio de ansiedade. Pessoas que sofrem de distúrbios de ansiedade, sentem uma preocupação medo extremos em situações simples da rotina, além de alguns sintomas físicos, como:
Sintomas físicos da ansiedade

  • Dor ou aperto no peito e aumento das batidas do coração
  • Respiração ofegante ou falta de ar
  • Aumento do suor
  • Tremores nas mãos ou outras partes do corpo
  • Sensação de fraqueza ou cansaço
  • Boca seca
  • Mãos e pés frios ou suados
  • Náusea
  • Tensão muscular
  • Dor de barriga ou diarreia

O que atrapalha suas atividades cotidianas, já que eles são difíceis de controlar. A ansiedade precoce também pode se manifestar através da avidez de mamar e numa postura mais teimosa e possessiva ainda como criança. Uma infância carente e problemática, na qual as dificuldades dos pais, mas principalmente da mãe, de passar afeto e suprir as carências afetivas da criança, fazem com que ela se sinta insegura e condicione um sentimento de que coisas ruins e sensações negativas podem acontecer a qualquer momento. Quando adulto, a pessoa sente dificuldade de incorporar fatos e intercorrências novas ou desconhecidas. O velho ou conhecido sempre traz a sensação de segurança e controle.O novo, por sua vez, tem a capacidade de potencializar a sensação de medo, no sentido de que algo ruim ou perigoso pode vir a acontecer.

Embora para a medicina alopata a ansiedade não seja doença, para a medicina chinesa a ansiedade é uma doença da energia do corpo, pois não existe órgão lesado que produza marcadores bioquímicos como: hormônios, enzimas que indique lesão etc., mas o desequilíbrio do organismo existe. O desiquilíbrio ocorrerá futuramente com o agravo do quadro ou com a evolução do agudo – crônico – degenerativo. Sofrer desse mal faz com que a pessoa perca uma boa parte da sua autoestima, ou seja, ela deixa de fazer certas coisas porque se julga ser incapaz de realizá-las.

A ansiedade reduz o nível de serotonina no cérebro, hormônio responsável pela sensação de bem-estar. Como sua produção pode ser estimulada com o consumo de alimentos ricos em carboidratos, da para entender o ataque à comida. Além disso, comemos mais quando estamos ansiosos e estressados, porque nosso corpo libera um hormônio chamado cortisol, que da a sensação de fome e aumenta nossa capacidade de armazenar gordura nas células.

O alimento não é só nutrição. Possui enorme simbologia social e afetiva. Significa também amor, afeto, carinho. É poderoso redutor de ansiedade em curtíssimo prazo. Mas, seus efeitos podem ser desastrosos para a saúde, se ingerido em excesso, o que habitualmente ocorre, quando visa suprir outra área que não à nutrição.

A explicação encontra eco na precoce associação emoção-comida. Ao bebê, quando chora, é oferecido o seio ou a mamadeira. Pode chorar por fome, por frio, calor, sono, por estar molhado, entre outras causas. De qualquer maneira, a solução a ele oferecida para aplacar o sentimento desagradável é a comida. A comida se torna “o primeiro antidepressivo e ansiolítico”, a primeira estratégia para lidar com sensações desagradáveis, com as primeiras frustrações.

Mais tarde, quando as frustrações afetivas ocorrerem, algumas pessoas, diante da impossibilidade de “anestesiar” o mal estar interno, poderão reativar o antigo e primitivo esquema.

O alimento é muito mais que nutrição. É afeto, sociabilidade e está intimamente ligado às nossas emoções. Comemos por fome, mas também por fatores emocionais como insegurança, para suprir nossas carências afetivas, por ansiedade, depressão, stress. Comemos nas celebrações. O alimento simboliza amor, afeto, carinho. Nossa relação com a comida não é tão lógica. O alimento nos traz, além da nutrição, prazer e dor.

Quando a comida serve para outros propósitos como a compensação de emoções, suprindo as carências, o nosso lado consciente quer emagrecer, mas enfrenta o lado inconsciente, que quer manter as coisas como estão. Então entramos em conflitos desse tipo, querer a mesma coisa ao mesmo tempo. No entanto, o lado inconsciente vence SEMPRE!

Quem tem o problema, quer emagrecer e permanecer magra deverá se reestruturar emocionalmente. Precisará emagrecer principalmente a cabeça!

ESSA É A FUNÇÃO DA PSICOLOGIA!

 

Psicóloga Clínica –  Ariane Reolon Neves. CRP – 08/07866

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