Comer Emocional: Quando a comida vira refúgio, mas não resolve o problema

Você já se pegou comendo sem estar realmente com fome? Ou sentiu que só um doce poderia te ajudar a lidar com um dia difícil?

 

Se sim, você não está sozinho(a). O Comer Emocional é uma resposta muito comum ao estresse, à ansiedade e até ao tédio. O “comfort food”, a comida que conforta, distrai e dá uma sensação temporária de alívio. O problema é que, na maioria das vezes, depois do prazer vem a culpa – e o ciclo se repete.

 

Mas afinal, por que comemos emocionalmente? Como saber se isso está saindo do controle? E, mais importante, como mudar essa relação com a comida sem cair em um ciclo de controle-descontrole?

 

É exatamente isso que vamos falar neste artigo.

O que é Comer Emocional de verdade?

Esqueça aquela ideia rasa de que Comer Emocional é somente “comer por ansiedade” ou “descontar tudo na comida”. Ele é muito mais profundo que isso.

 

Se você come por ansiedade seu problema não está na comida, mas na forma com que lida com suas emoções. 

 

Comer Emocional acontece quando a comida se torna um regulador emocional, ou seja, a forma principal que a pessoa aprendeu a lidar com sentimentos desconfortáveis.

 

E a comida realmente funciona – por um tempo. Ela ativa no cérebro uma sensação de prazer e conforto, liberando dopamina, o que explica por que tantas pessoas recorrem a ela quando estão estressadas, tristes ou frustradas.

 

O problema? Esse alívio é falho e temporário. O estresse continua, a tristeza volta, a frustração permanece. E aí vem a culpa, o arrependimento e a sensação de descontrole.

 

O que ninguém te conta sobre Comer Emocional é que o problema não é a comida, mas o papel que ela assumiu na sua vida.

Por que eu como emocionalmente?

O Comer Emocional não acontece do nada. Ele tem raízes profundas, que podem estar ligadas a vários fatores:

 

🔹 1. Dificuldade em lidar com emoções

 

Muita gente cresceu sem aprender a perceber, nomear e processar emoções. Se ninguém te ensinou como lidar com a frustração, o estresse e a tristeza, faz sentido que tenha encontrado na comida uma forma de lidar com esses sentimentos. 

Mesmo aqueles que conseguem lidar melhor com as emoções, podem ter momentos de maior estresse e caso não tenham recursos para lidar com a emoção, acabam indo na direção da comida.

 

🔹 2. Dietas restritivas e privação alimentar

 

Sim, dietas podem piorar o Comer Emocional. Quanto mais você restringe certos alimentos, mais difícil será resistir a eles. Resultado? No momento de estresse, ele quer exatamente aquilo que você “não pode comer”.

 

E então acontece o clássico: um episódio de Comer Emocional, seguido por culpa, que leva a mais restrição – e o ciclo continua.

 

🔹 3. Fome biológica mal regulada

 

Pessoas que têm dificuldade em lidar com os sinais sensoriais de fome e saciedade geralmente não se alimentam bem. E se, por qualquer motivo, você passa muito tempo sem comer ou não se alimenta direito, chega um momento em que seu corpo pede energia de qualquer forma – e geralmente, na forma de comida que gere rápida energia para o seu corpo. É um tipo de Comer Emocional, o Comer Emocional secundário.

Comer Emocional x Fome Física: Como saber a diferença?

Muita gente acha que o Comer Emocional acontece só quando se come besteira, mas a verdade é que qualquer alimento pode ser usado emocionalmente. A diferença não está no que você come, mas no motivo pelo qual você come.

 

Aqui estão algumas formas de identificar se é fome emocional ou fome física:

Se você percebe que come sem estar com fome, come rápido demais ou sente culpa depois, pode ser um sinal de Comer Emocional.

Como parar de comer emocionalmente sem cair na armadilha das dietas?

Aqui está um ponto crucial: o problema não é a comida, e sim a forma como você lida.

E isso significa que a solução não é parar de comer certos alimentos, mas sim aprender a lidar com as emoções de outra forma.

 

✅ 1. Identifique o que está por trás do seu Comer Emocional

Antes de comer, pare e se pergunte:


👉 “O que eu realmente estou sentindo agora?”

 

A resposta pode te surpreender.

 

✅ 2. Crie novas formas de regulação emocional

Se você come para aliviar o estresse, tristeza ou tédio, precisa encontrar novas formas de lidar com essas emoções. Algumas ideias:

✔️ Para estresse → Respiração profunda, pausas durante o dia, caminhadas.
✔️ Para tédio → Atividades prazerosas que te mantenham envolvido.
✔️ Para tristeza → Conversar com alguém de confiança, escrever sobre o que sente.

 

Não é sobre substituir a comida imediatamente, mas sim expandir seu repertório emocional.

 

✅ 3. Coma com consciência e presença

 

Se você vai comer, esteja presente no momento. Algumas dicas para praticar:

🍽️ Coma sem distrações (sem TV, celular ou trabalho).
🍽️ Mastigue devagar e aproveite os sabores.
🍽️ Pergunte-se: “Estou gostando dessa comida? Ela está realmente me satisfazendo?”

Isso ajuda a criar uma relação mais equilibrada com a comida.

 

✅ 4. Abandone o ciclo dieta-restrição-excesso

O Comer Emocional piora quando você vive em um ciclo de restrição alimentar. Quanto mais você tenta “controlar” sua alimentação de forma rígida, mais forte se torna o impulso de comer emocionalmente.

Por isso, a chave não está em proibir alimentos, mas sim em reconstruir sua relação com a comida de maneira saudável.

 

✅ 5. Busque ajuda profissional

Se o Comer Emocional está impactando sua vida e sua relação com a comida, procurar ajuda profissional pode fazer toda a diferença. Com o suporte certo, você pode entender a raiz do problema e desenvolver estratégias eficazes para lidar com suas emoções sem recorrer à comida de forma automática.

Comer Emocional tem solução!

A comida pode até trazer conforto, mas se tornou o único regulador para suas emoções, talvez seja hora de reavaliar essa relação.

 

E a boa notícia? Você não precisa fazer isso sozinho(a).

 

Quer entender melhor seu Comer Emocional e aprender a ter uma relação mais leve com a comida? Vamos conversar! Agende uma consulta e dê o primeiro passo.

Dra Priscilla Leitner

Idealizadora do Instituto de Pesquisa do Comportamento Alimentar de Curitiba (IPCAC), psicóloga, especialista em Comportamento e Transtornos Alimentares, professora de pós-graduação, pesquisadora, supervisora clínica, preceptora e palestrante na área do comportamento alimentar.

Em sua carreira acadêmica, já lecionou e palestrou em diversas cidades do Brasil e também nos Estados Unidos, Canadá, Argentina, Espanha e Portugal.

É pioneira no tratamento de problemas alimentares, desenvolveu ao longo dos anos uma abordagem gentil para lidar com questões do corpo, alimentação e saúde mental. Sua metodologia está ancorada à mudança do Estilo de Vida, Técnicas Corporais e na Alimentação Consciente e Intuitiva e já mudou a vida de mais de 2000 pacientes e alunos com Comer Emocional e Transtornos Alimentares.

Em 2018 idealizou a Especialização em Comportamento e Transtornos Alimentares, sendo o primeiro curso a formar especialistas com treinamento prático em ambulatório.

Hoje tem vários cursos e mentorias, seja no nível técnico, seja no estratégico para ajudar profissionais da saúde a crescerem e terem sucesso.

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