Depressão e alimentação

Por se tratar de uma doença causada pela combinação de vários fatores psíquicos, ambientais e sociais, os hábitos pessoais interferem diretamente no aparecimento da depressão. Não é só o estresse, a falta de sono e as relações que afetam o nosso emocional, mas também o que nós colocamos no prato, nos deixando mais vulneráveis a essa doença. 

Você já se deu conta de quanto o humor influencia na nossa alimentação? Em dias de alegria nossas escolhas alimentares costumam ser mais coloridas, com uma variedade maior de alimentos, e consequentemente com um aporte legal de micronutrientes. O contrário também se aplica, em dias de maior tristeza escolhemos alimentos menos coloridos e que trazem mais conforto, com uma densidade energética maior. Os fast foods e os alimentos ultraprocessados aliviam momentaneamente nossos momentos depressivos, mas agravam esses episódios a longo prazo. Fazendo uma analogia bem extrema, esse esquema funciona de uma maneira semelhantes àquele experimentado pelos usuários de drogas, que encontram um alívio momentâneo com o uso, mas após vem a angústia e depressão ainda mais fortes. 

Podemos influenciar o humor de várias maneiras através da alimentação. Ao consumir alimentos muito açucarados, por exemplo, ativamos zonas do cérebro que vão nos proporcionar uma sensação muito grande de prazer, mas que ao passar, também vai nos trazer uma tristeza. Além disso, maior parte da serotonina, hormônio da felicidade, é produzida no intestino. Se não dermos os micronutrientes necessários para a produção dessa substância, não teremos uma produção efetiva. Vitaminas do complexo B, vitamina D e algumas gorduras também mostram-se bastante influenciadoras do humor, e se em baixa, tendem também a nos deixar mais deprimidos. E engana-se quem pensa que esses fatores influenciam apenas os adultos. As crianças também são submetidas a esses processos do corpo, e também ficam mais suscetíveis à depressão se não tiverem um equilíbrio em sua alimentação. 

Não só a falta dos micronutrientes provenientes da alimentação podem acelerar o processo depressivo, mas também a falta dos aspectos que estão ligados ao comer, como por exemplo o ato de reunir à mesa para alimentar-se num encontro com familiares ou com amigos, e que podem estar em baixa no paciente depressivo. 

Sendo assim, uma avaliação nutricional desse paciente é muito importante e o acompanhamento por um profissional da nutrição deve ser coadjuvante ao acompanhamento psicológico, resultando em um tratamento mais assertivo e permanente.

 

Texto da nossa nutricionista Luisa Hipólito Micharki.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.