Do que você tem fome?

Você tem fome de que? Sabe aquele momento que a gente abre o armário ou a geladeira e procura algo para comer, mas não encontra nada? Não que não exista nada para comer, mas a gente não quer nada daquilo que está disponível no momento. Aposto que todos já se identificaram com esta situação. Afinal, isso é bem comum acontecer.

Mas você sabia que quando essa situação se torna constante ela pode ser um sinal de um problema de ordem psicológica que pode atrapalhar a sua relação com os alimentos? Estamos falando da fome emocional, que se manifesta por alguma razão psicológica ou comportamental. Então, você tem fome de que?

“Muitas pessoas não percebem a diferença entre fome física e a fome emocional, ou se enganam em alguns momentos. A fome emocional é a vontade de comer algo, que todos sentimos, é normal. A questão é quando essa vontade está associada a ansiedade, tristeza ou compensação frente a um desconforto do dia a dia”, explica Priscilla Leitner, psicóloga especialista em comportamento alimentar do Instituto de Pesquisa do Comportamento Alimentar (IPCAC).

“Essas vontades podem estar relacionadas também a crenças como, por exemplo, aquela pessoa que trabalha o dia todo e chega em casa e pensa que merece comer tal coisa para compensar um dia estressante”, complementa.

Você tem fome de que? Entenda a diferença

Segundo a psicóloga, são várias as diferenças entre fome física e fome emocional, por isso, todos devemos ficar atentos.  “A fome física acontece umas três horas após a última refeição e de forma gradual. Em geral, ela não é seletiva, ou seja, quem está com fome vai comer o que tiver em casa. O contrário é a fome emocional que aparece bruscamente e é seletiva, a pessoa sente vontade de comer algo específico”, comenta Priscilla.

É preciso saber que existe sinais fisiológicos na fome física, como o famoso barulho no estomago, enquanto na fome emocional isso não acontece.  “Mesmo depois de a pessoa ter se alimentado a fome pode persistir naquela vontade que não foi atendida”, diz Priscilla. “Pequenas vontades e satisfações com a comida não são erradas, o problema é que quando isso começa a se intensificar, gerando até mesmo sensações negativas e sentimento de culpa por ter comido”.

Tem tratamento? 

Compreender como lidar com a fome emocional é um importante passo em direção à mudança de um padrão alimentar errado. “É preciso entender que o tratamento só acontece quando existe uma relação ruim com a comida. Ninguém trata a vontade de comer, pois ela é normal. Mas quando essa vontade causa um ganho excessivo de peso, ou faz parte de uma relação conturbada com a comida aí deve-se pensar em um tratamento, que, geralmente, é psicoterapêutico, fazendo com que o paciente repense sua relação com a comida”, finaliza Priscilla.

 

Saiba como lidar com a emocional

# Preste atenção se o pedido do seu corpo é biológico ou emocional,

# Saiba o que está acontecendo no momento e procure identificar a causa,

# Tente lidar com as emoções para que não existam momentos como esse,

# Verificar se não existe nenhuma crença ou compensação nesta vontade,

# Procure ajuda profissional se necessário

 

Texto da psicóloga Priscilla Leitner para a Revista VIVER Curitiba.

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