É comum ouvirmos que lidar com o peso é uma questão de ter foco, força e fé. A visão do corpo magro como sinônimo de saúde, beleza e sucesso.
O estigma do peso está presente em vários contextos como: acadêmicos, redes sociais, mídia, família, amigos, ambiente de trabalho, academias e também entre profissionais de saúde. Percebe-se também na falta de estrutura física em aviões, cinemas, teatros, ônibus e academias
Referencia o indivíduo com obesidade como sendo preguiçoso, sem força de vontade, lento, relaxado ou comilão. Características rotuladas de preconceito e julgamento.
Entende-se por estigma do peso o julgamento e suposição de que o peso define a pessoa, seus valores, características, personalidade, estilo de vida ou padrão de funcionamento psíquico.
Evidências científicas comprovam que saúde é possível em todos os tamanhos de corpos. Peso não é sinônimo de saúde ou doença. Entende-se saúde segundo o Dicionário: como estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. E ainda segundo a OMS, como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade.
Dentro do estigma do peso, encontra-se também situações de gordofobia, preconceito e aversão ao corpo gordo. Comentários sobre o corpo do outro pode gerar muito sofrimento, sintomas ansiosos, depressivos, autoestima e autoimagem negativos, crenças de menos valia e transtornos alimentares.
Não julgue o corpo do outro e não seja fiscal do corpo alheio. Combater o estigma do corpo não é romantizar a obesidade e sim promover saúde e combater o preconceito, julgamento e rotulação. Assim como garantir o atendimento adequado e humanizado, adesão a atividade física e melhora na autoestima.
Psicóloga Ana Paula Zanardi
Especialista em comportamento alimentar
CRP: 08/12728